A face lhe ficava pálida
da dor que lhe curvava a espinha,
e a fala então saía árida
da mágoa que em seu peito ardia.
Tentou sorrir, mas durou um só instante.
A paixão já era prisão de muralhas gigantes,
restando somente a amargura do hálito.
Os lábios hábeis sufocam com beijo cálido,
ardil veneno da submissão entre os amantes.
A frase lhe veio à garganta, cansada
das dores sofridas no corpo e na alma.
Fitou então a lua prateada
e sentiu na pele uma gélida calma…
E não pôde sentir mais nada.
Nos braços da desistência, estava deitada…
E veio então um calafrio, um arrepio,
e um último suspiro, frio…
E o beijo que calou a voz destruiu a vida.
Fabiana Botelho